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Município do Funchal

O nome da cidade do Funchal deriva da planta Foeniculum vulgare, a planta do funcho. Relatos da época indicam-nos que ao desembarcar na ilha a primeira visão foi a de um vale denso em arvoredo e em funcho, planta essencial na gastronomia e doçaria regional.

Apesar da abundância de funcho, foi o açúcar que proporcionou a formação de uma economia sustentável na cidade do Funchal e em toda a ilha. O vinho madeira sucedeu ao açúcar, tornando-se hoje num dos ex-libris da região. A produção de açúcar e de vinha na cidade do Funchal tornam-se indispensáveis para a economia local, sendo os seus ícones incorporados no brasão da cidade.

A Cidade do Funchal foi a primeira cidade Atlântica - Primeira cidade construída fora do Velho Continente.

Nos finais deste século XV e com a vigência à frente da Ordem de Cristo de D. Manuel, duque de Beja, incentiva ele próprio o planeamento e a estruturação da progressiva e próspera vila do Funchal, mandando levantar os Paços do Concelho, enviando o pelourinho da vila, mandando levantar uma igreja nova, começada em 1493 e depois elevada à categoria de Sé Catedral, em 1514 e quase ao mesmo tempo, manda levantar um hospital e a nova alfândega do Funchal.

Com o início do século XVI, em 1508, o Funchal é elevado à categoria de cidade e, poucos anos depois, em 1514, é elevado a sede de bispado.

Em 1835, devido ao crescimento e ao grau de prosperidade, a cidade do Funchal desenvolveu-se até aos limites que tem hoje, sendo limitada pelos concelhos de Santana, Câmara de Lobos e Santa Cruz.

A cidade do Funchal tornou-se num ponto de comércio fundamental no centro do atlântico, permitindo trocas comerciais, cultura e experiências. Desta porta no atlântico realizam-se exportações dos produtos regionais para o mundo, produtos apreciados até aos dias de hoje.

O Funchal é único pela sua diversidade, desde o mar à serra, das frutas às flores e dos bordados aos carros de cestos, tudo isto influenciado pelo seu clima tropical, que permite produções e atividades ímpares.

Museu “A Cidade do Açúcar”

O Museu "A Cidade do Açúcar" foi criado pela Câmara Municipal do Funchal, tutelado pela mesma, aberto ao público pela 1.ª vez a 15 de junho de 1996. Está localizado na Praça Colombo, entre as ruas do Sabão e João Esmeraldo, no centro da zona histórica da cidade.

É um espaço dedicado à história da indústria açucareira insular, entre os séculos XV e XIX, uma das fases mais conhecidas e marcantes da história e cultura da Ilha da Madeira, conhecida como o ciclo do “Ouro branco”. O principal núcleo da coleção do museu recolhe os achados arqueológicos das escavações efetuadas nas antigas casas do mercador flamengo João Esmeraldo, realizadas na Praça Colombo em 1989, no local dos imóveis demolidos em 1876.

Destaca-se também neste espólio, a coleção de escultura, ourivesaria e mobiliário, património que reflete o poderio económico derivado do ciclo do açúcar.

A principal missão deste espaço museológico é dar a conhecer aos visitantes os principais testemunhos históricos da produção e tecnologia açucareira, no período em que esta esteve no seu auge, marcando um dos ciclos económicos mais significativos de toda a história do arquipélago.

Museu Henrique e Francisco Franco

O Museu Henrique e Francisco Franco instalado num edifício dos anos 40 é dedicado a Henrique e Francisco Franco, dois artistas madeirenses com lugar de destaque na arte portuguesa da primeira metade do século XX.

O acervo do Museu é constituído por trabalhos destes dois irmãos possuindo uma ampla coleção de esculturas, pinturas a óleo, desenhos, gravuras e pequenos frescos.

Francisco Franco destacou-se como um dos maiores escultores portugueses da década de 1920. Figurou entre os pioneiros do modernismo em Portugal e foi posteriormente, um dos autores mais solicitados para a realização da estatuária oficial do Estado Novo. O grande Monumento a João Gonçalves Zarco erigido no Funchal em 1934 é disso exemplo.

Henrique Franco recebeu vários prémios na área da pintura e participou numa das mais emblemáticas obras do modernismo português, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa. Destacou-se na técnica da Pintura a Fresco, sobre a qual Publicou diversos artigos, no Boletim da Academia de Belas Artes de Lisboa.

Neste espaço, o visitante encontrará obras que permitem reviver os movimentos artísticos de Paris dos anos 20 e do panorama artístico nacional durante a vigência do Estado Novo, com as condicionantes da época.

O Museu aposta em exposições de média ou longa duração, de forma a permitir a rotatividade da sua coleção e de curta duração, para artistas plásticos contemporâneos. Dispõe de um Serviço Educativo, orientado para a divulgação do acervo e dos seus artistas, para estimular o gosto pela arte e simplificar o encontro entre os objetos expostos e o visitante, através de visitas orientadas, actividades temáticas e ateliers de expressão plástica.

Teatro Municipal Baltazar Dias

Após a demolição do Teatro Grande, em 1833, os madeirenses começaram a revindicar a construção de um novo teatro na cidade do Funchal.

No dia 9 de fevereiro de 1882, a Câmara Municipal do Funchal tomou finalmente a decisão de edificar um teatro no terreno do antigo e extinto mercado de São João. O projeto do arquiteto Portuense Tomás Augusto Soler foi o escolhido. No entanto, com a sua morte precoce, em 1883, o projeto foi entregue ao seu conterrâneo José Macedo de Araújo Júnior, embora não seja conhecido se existiu alterações em relação ao projeto inicial. O teatro segue o modelo tipicamente italiano, seguindo o protótipo do Teatro de São Carlos em Lisboa e do Teatro La Scala em Milão.

João Sauvair da Câmara, enquanto presidente da cidade, iniciou as obras de construção do novo Teatro, tendo o ato simbólico do lançamento da primeira pedra ocorrido a 24 de outubro de 1884, contando com a presença de muito público e de três bandas musicais que se associaram ao feito atuando no Jardim Municipal.

Para ajudar na construção, que exigia competência e profissionais especializados, foi necessário contratar o Mestre-de-Obras Manuel Francisco Pereira. O arquiteto e cenógrafo Italiano Luigi Manini, acompanhado pelo português Eugénio Cotrim, ficaram encarregues das decorações e cenografias.

A 29 de Julho de 1887 foram dados por concluídos os trabalhos de construção do novo teatro. Houve então um primeiro contacto com o público, e a cidade compareceu entusiasta e em peso. O teatro só viria a ser inaugurado oficialmente a 11 de março de 1888, com a exibição da zarzuela “Las dos Princesas”, da companhia espanhola de José Zamorano, vinda das vizinhas Canárias.

A denominação do nosso teatro sofreu na sua fase inicial algumas modificações. Primeiramente, como forma de homenagem à Rainha, decidiu dar-se o nome de “D. Maria Pia” ao teatro. Em consequência dos acontecimentos da revolução Republicana, a Câmara Municipal entendeu que o nome da rainha já não era harmonizável com o novo regime, tendo em novembro de 1910 alterado a sua designação para teatro “Dr. Manuel de Arriaga”. A atribuição do nome em homenagem ao deputado da Madeira e primeiro presidente eleito da República Portuguesa, não foi aceite pelo mesmo, que recusou terminantemente este gesto. O teatro passou então, a partir de 12 de janeiro de 1912, a chamar-se “Teatro Funchalense”. O volte-face na sua denominação, deu-se a quando da morte de Manuel de Arriaga, em 1917, tendo o seu nome surgido novamente no teatro.

Decorria o ano de 1935, quando a câmara, presidida pelo Dr. Fernão de Ornelas decidiu mudar o nome para Baltazar Dias, em homenagem ao grande dramaturgo e poeta cego, nascido na Madeira, e referência incontornável do panorama teatral português. O nome mantém-se até aos dias de hoje, num espaço que desde a sua inauguração, tem vindo a presentear a nossa cidade com uma beleza arquitetónica inigualável e com atividades e espetáculos que o tornam no maior marco de vivência cultural da Madeira.